29 de novembro de 2010

Corações Distantes

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos: “Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?”

Respondeu um deles: “gritamos porque perdemos a calma.” Novamente questionou o pensador: “Mas, porque gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?” Retrucou outro discípulo: “Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça.”

O mestre voltou a perguntar: “Então não é possível falar-lhe em voz baixa?” surgiram outras respostas, mas nenhuma o convenceu.

Então ele esclareceu: “Vocês sabem por que se grita com uma pessoa quando se está aborrecido? Porque seus corações se afastam.

Para cobrir esta distancia precisam gritar para escutarem-se mutuamente.

Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, devido à grande distancia.

Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas? Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque seus corações estão muito perto.

A distancia entre elas é pequena. Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram.

E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se entendem. É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.”

Por fim o pensador concluiu: “Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distancia será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.”

Pense nisso! Se a pessoa com quem discutimos não concorda com nossas idéias, não é motivo para gostar menos dela ou nos distanciar, ainda que por instantes.

Quando pretendemos encontrar soluções para as desavenças, falemos num tom de voz que nos permita uma aproximação cada vez maior, como a dizer para a outra pessoa: “Eu não concordo com suas idéias ou opiniões, mas isso não me faz gostar menos de você.”

27 de novembro de 2010

' Amanhã, talvez esse vendaval faça algum sentido ...
Amanhã talvez esse temporal saia do caminho (...) '



- Duca Leindecker e Humberto Gessinger -

22 de novembro de 2010

A lenda do peixe francês.




'Era uma vez um peixe francês
Soturno e muito triste
Se perguntava: será que existem maiores mágoas
Que as minhas nestas águas?!
Dia após dia, imerso em agonia,
Nadava e tudo o que via
Era a arvore verde e amarela na beira do rio
E só pensava nela:

Ainda, a linda borboleta
Inteira feita de estrelas pretas
Que vislumbrou apenas uma vez
E tornou-se o grande amor do peixe francês

E o peixe que nunca tivera dores
Nem problemas com amores
Pois sua memória e consciência no mundo
Duravam sempre trinta segundos
Porém, depois de ver aquele ser,
Arcanjo rompendo seu casulo, num pulo.
Criou fixa idéia na mente
E amor e morte... só sente.

O peixe leva na lembrança
Toda a pujança da paixão que arde
Desde aquela tarde.
A borboleta parecia uma bela letra
No meio de negras constelações e modernos aviões
Verão, outono, inverno e primavera
E a paz pro peixe não viera
Nem nunca mais apareceu
A borboleta que o entristeceu

Muito tempo tinha passado
A vida seguia com alma fria, seu fado
Mas eis que durante a quinta estação do ano
O peixe avistou um ser humano
Assustado, jamais tinha olhado gente assim:
frente-a-frente

Uma mulher entrou na água, nua
Numa negra noite de clara lua
E o triste peixe percebeu no peito da moça de louça
A borboleta de estrelas pretas
As lágrimas no olho do peixe

Eram feixes de emoções por todos os seus corações
Ele olhava a borboleta
Mais bela que o som da clarineta
Mexendo as asas como as algas das sua casa

Depois de chorar de alegria
E conter seu corpo, em folia
O peixe viu a linda moça de louça
Serena, saindo do rio
Com um riso no canto da boca
E achando assim a vida pouca
Lembrou que era o décimo terceiro mês:
Época em que todo peixe francês
Vê o seu amor pela última vez'

Letra da maravilhosa banda piauiense Validuaté !

17 de novembro de 2010


"Nem palavras duras e olhares severos devem afugentar quem ama; as rosas têm espinhos e, no entanto, colhem-se."
[William Shakespeare]